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Mostrando postagens de julho, 2020

Histórias na varanda

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                           Naquele dia, ela quase acordou. Mas não, continuava num estado meio onírico apesar de estar com os olhos abertos. Os mesmos olhos negros, pequenos e profundos que eu conhecia tão bem agora estavam vazios, olhando para o nada. Ela se levantou ajeitando os cabelos grisalhos em um coque na nuca e puxando a camisola branca de linho para baixo. Calçou as pantufas que estavam no chão perto da cama e foi ao banheiro como se não tivesse me visto na porta do quarto. Quando voltou ela disse animada como uma criança: - Bom dia, Sofia! Hoje é dia de nadar no lago! Vai buscar seu maiô.   Sofia era sua irmã mais velha, que havia morrido há 10 anos atrás.    Eu tentava encontrar alguma coisa familiar no rosto de cera da minha mãe, mas não havia sentimento algum. Eu sabia que ela estava muito longe naquele momento. Ela atravessou o corredor, como sonambula, e chegou na cozinha, onde sempre tomava o café da manhã. Nessa travessia, ficou esquecido

2020

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  No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra                                   Tinha uma pedra no meio do caminho         Nunca me esquecerei desse acontecimento    Na vida de minhas retinas tão fatigadas                Nunca me esquecerei que no meio do caminho Tinha uma pedra                                   Tinha uma pedra no meio do caminho                            No meio do caminho tinha uma pedra