“Histórias quase, quase, quase, quase comuns.” - Resenha
“Olhou para baixo. Havia uma mancha escura sob a água da piscina. Desceu a escadinha para ver mais de perto, era um pequeno vão retangular, onde faltava um azulejo. Tocou aquele lugar com o dedão do pé. O vão se esticou e formou uma fenda que permitia a passagem de alguém tão pequeno como ele. Mergulhou e enfiou a cabeça pela fenda. Dentro era seco e escuro. Fedia... a quê? Peixe, talvez. Vislumbrou algumas luzes flutuando na escuridão. Decidiu entrar, a fenda era elástica e lhe deu facilmente passagem. Viu-se no meio de uma feira. Em uma barraca mulheres descamavam os peixes e tiravam suas barrigadas, que jogavam a um canto, onde uma ninhada de gatos aproveitava os restos.” Não há nada de comum nas histórias escritas por Christina Amorozo no seu primeiro livro “solo” publicado pela Editora Metamorfose. É possível comprovar isso no trecho acima, o início do conto “Desagregação”, onde nos vemos enredados numa realidade paralela, mas totalmente verossímil até para o mais cético dos...