A Vida Real 1ªparte- Figueira
Era uma noite cheia de estrelas aquela da minha chegada a Figueira. Eu saí do carro no caminho de terra e fui até a beira da colina coberta por árvores nativas e mato. Por uma abertura na vegetação, que formava uma moldura natural, me deparei com o céu mais bonito que vi em toda minha vida. Sem a lua, ele estava totalmente salpicado de estrelas de vários tamanhos, que pareciam piscar em harmonia com os sons dos bichos noturnos e vagalumes. A sensação de Algo mais profundo, que transbordava da natureza e de dentro de mim, era quase palpável. Aquela cena e aquela sensação ficaram gravadas para sempre na minha mente, e outras tantas que viriam daquele lugar muito especial, Figueira, ao qual eu devo muito da minha vida e de quem eu sou hoje.
Em 1999, Figueira já estava há uma
década materializada ali, vizinha a uma cidade no sul de Minas, concebida e
liderada por Trigueirinho e um grupo de buscadores e com o apoio do 7º Raio, de
Saint Germain, o Raio da Chama Violeta, que promove a união do espírito com a
matéria e a transmutação. É o Raio da disciplina, da ordem e do ritmo,
exatamente o que transbordava em cada detalhe de Figueira em 1999. (Os Raios da
Grande Fraternidade Branca são frequências vibratórias do Todo, cada um deles
manifesta um atributo daquilo que chamamos de Deus.)
Alojamento de F2 |
Sohin |
Labirinto de F2 |
Depois de alguns anos frequentando Figueira eu comecei a trabalhar com a equipe de meus colegas
médicos, atendendo a quem precisava, com acupuntura, alopatia e fitoterápicos.
Todos foram momentos muito marcantes, muitas pessoas que encontrei ali foram presentes especiais, muitos
cheiros são inesquecíveis, muita intuição aflorou naquela época e nos anos
seguintes. Coisas difíceis de serem descritas em palavras, talvez mais fácil de
serem percebidas no íntimo de cada um. Entre tantos momentos, me lembro de um
quando estava sentada no banco de um dos ônibus que fazem o trajeto entre as fazendas e
que levam os moradores da comunidade. Era manhã bem cedo, eu olhava pela janela
do ônibus que ia pela estrada de terra e uma certeza me veio no pensamento e no
coração. A de que só Deus é real. “ Nele nós nos movemos, vivemos e existimos.” Acreditar só em Deus, e nada mais, porque
tudo o mais é ilusão e porque Ele abrange o universo manifestado e o não
manifestado na matéria, os seres humanos, a natureza, os animais, as galáxias e o éter. Tudo
é uma coisa só, assim como o gelo, o vapor e a água são uma coisa só, água!
O budismo tibetano afirma que o
maior problema do ser humano é a “heresia da separatividade”. Em determinado ponto no Tempo, começamos a nos ver separados uns dos outros, da
natureza e de Deus. O homem voltou-se para si mesmo, para suas coisas, para sua tribo e assim surgiu a fonte de
todos os males e de todo sofrimento no mundo de hoje, o egoísmo. O homem deslumbrou-se com o que percebia através dos seus cinco sentidos e mergulhou no esquecimento da sua origem. Como um ator encenando
uma peça, que se perde no personagem, esquecendo que ali tudo é teatro, e que a
verdadeira vida acontece quando as cortinas se fecham, nós nos envolvemos tanto
com essa vida desde o momento em que respiramos pela primeira vez e esquecemos
a Vida Real, que acontece num Tempo Real, num tempo onde todos nós sabemos quem
somos, de onde viemos e para onde vamos. Até o momento em que respiramos pela última vez e então, se fomos bons atores, e vivemos com verdade, e consciência os nossos personagens, fazemos nosso caminho de volta para casa.
Comentários
Postar um comentário